DROPS: O Brasil normaliza a morte!

DROPS: O Brasil normaliza a morte!

MORTE: Fim da vida humana

Essa é uma das definições para a palavra morte e se aplica bem com o que venho refletindo após uma sucessão de notícias e até tweets com referências a morte. No Brasil nós normalizamos ela achamos razoável o fim da vida de quem nos desagrada.

Mas a realidade é que precisamos acabar com isso. A morte não deveria ser cultuada, não deveria ser considerada normal ou que um vida humana que cometeu crimes, deve ter como punição o fim de sua vida.

E tão absurdo quanto ao conceito acima, a própria ideia de que alguém possa tirar a vida de outra para ter um vantagem financeira, para corrigir uma injustiça social ou por conta de uma irresponsabilidade "acidental", como beber e dirigir.

Infelizmente por acidentes de transito por ano no Brasil, morrem milhares de pessoas todos os anos e achamos normal, fora as pessoas por dengue, mortas pela policia por não serem "cidadões de bem".

E enquanto isso foi algo aceitavel, viver aqui é esperar pelo momento em que uma atitude de alguém pode te matar. Hoje em meio a pandemia podemos morrer de COVID19, por que alguns precisam trabalhar para não morrerem de fome, porque alguns não querem pagar a conta de endividamento futuro ou do aumento de impostos no Brasil, caso uma medida deixe pessoas paradas em casas sãos e salvos.

Essa atitude de morte normalizada, vemos nas atitudes para com radares do transito, nos comentários em portais que bradam vagabundos precisam morrer, sem perceber que a vida dele próprio pode estar em risco a qualquer momento, nas corrupções de hospitais de campanhas e no do ciclo vicioso de morte que temos na sociedade brasileira.

E agora em que uma atitude simples ajudaria, muitos a serem salvos, incluindo médicos(as) e enfermeiros(as) fazendo um trabalho tão essencial se os hospitais não estivessem tão lotados.

Mas a crise econômica vai matar muito mais, esse argumento rasteiro e sem nexo com a realidade ou a própria ciência só mostra que quem fala isso e age assim, não é muito diferente daquele marginal encapuzado que tirou a vida do pai de família por conta de um trocado. Com tanto que ele ganhe dinheiro ou um bem financeiro no final, não importa quantas vidas se vão.

Mas se eu não trabalhar você vai pagar minhas contas? Era o mínimo que se espera de uma sociedade em que se valoriza a vida, não aceitar nenhum tipo de morte, isso inclui não deixar a pessoa viver a agonia de dividas impagaveis que poderiam levar ao suicídio e o desespero da fome.

Normalizar a morte é normalizar que a vida de seus pais, avós, irmãos, marido ou esposa, seus filhos, vizinhos e amigos não importam, nenhuma morte sem causas naturais é aceitável.

Mas o marginal não pensa assim! Mas quando você não quer ajudar em algo tão simples como uma quarentena e isolamento também não está pensando assim e talvez até ele, se tivesse mais instrução e vivesse em uma sociedade que valoriza a vida, também não pensaria assim.

Fica aqui um convite para refletir em quantas mortes para você é aceitavel, quantos bandidos você quer morto, quanto ciclistas você acha normal morrer por não pedalarem onde você gostaria, quantos motoristas e pedestres podem morrer porque você não bebeu tanto assim, quantas pessoas podem morrer por dengue, quantos podem morrer na favela porque são pobres, quantas pessoas podem morrer por sarampo porque você viu no zap que vacina supostamente causa autismo e seu filho não vai ser autista, quantas pessoas podem morrer por COVID19 porque não é mais do que gripezinha e a mortalidade é "baixa"?

Chega de normalizar a morte, o Brasil não é uma sociedade enquanto a morte for normalizada e o respeito pela vida for sempre algo que o outro deve fazer, sem olhar para o gatilho na própria mão.